Amigos, creio que vocês já testemunharam ou até participaram, nalgum momento de
suas vidas, de discussões cuja causa é a intolerância no meio religioso.
Assunto esse abordado de forma tão calorosa que certos indivíduos mostram-se
potencialmente capazes de se afastar de conhecidos, de colegas e até de
parentes devido à visão de quê sua religião, a qual adota, é a correta e as
demais não estão certas. Isso sem mencionar os radicais e extremistas dispostos
a matar e a morrer na crença de que não deve subsistir nada além de sua própria
fé religiosa.
Permitam, por favor, então,
compartilhar com os queridos leitores alguns pontos relacionados a esse
tema olhando a partir das palavras de um homem o qual, muitos sabem, estava
próximo de Deus: Jesus de Nazaré.
Ora, tomando por base os
evangelhos da Bíblia, há trechos interessantes relacionados ao nazareno e seus
doze discípulos permitindo uma luz para enxergarmos melhor essas questões.
Para começar, pergunto-lhes:
Por que há tanta discórdia se,
conforme o Cristo, quem não é contra nós é por nós?
No Evangelho de Marcos (Mc 9,
38-41) o discípulo João diz, para Jesus, ter visto com os demais apóstolos um
homem que, em nome do próprio Jesus, expulsava os demônios. Esse homem, porém,
não seguia os apóstolos e estes por isso queriam proibi-lo. Jesus então lhes
disse:
"Não lho proibais, porque
ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo falar mal de mim."
(Mc9,39)
E continuou:
"Porque quem não é contra nós
é por nós." (Mc9, 40)
Ora, como havia sido questionado
anteriormente, por que há tanta discórdia se quem não é contra nós é por nós?
Como pode um religioso, um evangélico ou até mesmo um cristão ser contra outra
religião? O próprio Jesus Cristo disse:
"Quem não é contra nós
é por nós." (Jesus
Cristo)
Ademais, para deixar nítido,
a que se refere esse "Nós"? O "Nós" se refere à vontade
daquele que Jesus Cristo veio cumprir, ou seja, a vontade de Deus. Pois, entre
outros trechos, temos o seguinte quando Jesus, ainda menino, estava no
templo com os doutores e lhes fala:
"Por que é que me
procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai
(Deus)?" (Lc 2.49)
E esse:
"Porque eu desci do céu não
para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou." (Jo 6,
38)
Logo
quem não é contra Jesus é por Jesus porque quem não é contra nós
é por nós. E, por conseguinte, sendo por Jesus, estará também sendo
por Deus que enviou Jesus ao mundo para fazer a sua vontade.
Por fim, a intolerância se torna a maior contradição. Analisemos:
A religião busca Deus. Quem age com intolerância para com outras religiões
acredita estar engrandecendo a própria reduzindo as outras. Mas, em verdade, os
intolerantes agem contra a sua própria religião, ao praticar a intolerância, se
afastando do Deus.
Se Jesus, repito, disse que "quem não é contra nós é por nós" isso
revela que as outras religiões, que não são contra Jesus, são por Jesus e, como
havia dito, são também por Deus.
Continuando o raciocínio, se as outras religiões são também por Deus, quem
age então contra as outras formas de religião age também contra Deus e, como
resultado, também contra si mesmo tendo em vista que sua religião busca Deus.
Isso demonstra a contradição contida na intolerância religiosa.
Assim, forçosamente, pelas palavras do Cristo e o raciocínio contido nelas, a
ideia de intolerância religiosa é um comportamento de quem acaba, em verdade,
no sentido oposto à sua religião e, principalmente, a Deus.
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